“Digo, porém, o seguinte: vivam no Espírito e vocês jamais satisfarão os desejos da carne. Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito luta contra a carne, porque são opostos entre si, para que vocês não façam o que querem” (Gálatas 5.16,17). Há uma guerra entre as nossas naturezas. O novo nascimento (João 3.5) nos deu uma nova natureza: a divina (2 Pedro 1.4), mas isso não deu fim a velha (João 3.6). A plena solução se dará apenas na vinda de Cristo, quando tivermos o nosso corpo glorificado (Romanos 8.23; Filipenses 3.20,21).
Então qual é a solução momentânea? Elimine a concorrência! (Efésios 4.22-24).
Na vida cristã vamos enfrentar muita concorrência, precisamos eliminar o que concorre com o que Deus quer fazer na minha e na sua vida. Como fazemos isso? Há uma escolha a ser feita – a que lado nos inclinamos (Romanos 8.5), ou seja, investir em uma – viver no Espírito (Gálatas 5.16) e eliminar a outra – a mortificação da carne (Colossenses 3.5). Há crentes carnais e espirituais (1 Coríntios 3.1-3). Os espirituais são aqueles que se inclinam à sua nova natureza, já os carnais, apesar de terem nascido de novo e recebido uma nova natureza, ainda não são governados por ela.
1) O PODER DA DOAÇÃO
Uma das grandes forças da natureza carnal é a avareza: “Portanto, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena: imoralidade sexual, impureza, paixões, maus desejos e a avareza, que é idolatria” (Colossenses 3.5). Ela é vista como um concorrente de Deus (Mateus 13.7,22). O remédio contra o egoísmo é o altruísmo, e o da avareza é a generosidade. Há 3 tipos de contribuição: dízimos, ofertas e esmolas. Desses três, a esmola talvez seja a que mais fira o nosso egoísmo e avareza. A disciplina na doação, além de abençoar outros, ajuda na construção do caráter cristão.
2) O PODER DA ORAÇÃO
A carne se indispõe à oração: “E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo. E disse a Pedro: — Então nem uma hora vocês puderam vigiar comigo? Vigiem e orem, para que não caiam em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26.40,41). Por que a carne se indispõe? Porque sabe que significa a sua morte! O que significa “nem deem lugar ao diabo” (Efésios 4.27)? Deus disse que a serpente se alimentaria de pó: “você rastejará sobre o seu ventre e comerá pó todos os dias da sua vida” (Gênesis 3.14). Isso é literal? Não! Deus chamou o homem de pó: “porque você é pó, e ao pó voltará” (Gênesis 3.19). Isso significa que Satanás se alimenta de nossa carnalidade, se fortalece por ela. Por isso Jesus disse: “aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em mim” (João 14.30). A disciplina na oração, além de nos aproximar de Deus, fortalecendo nosso espírito, nos distancia do Diabo, enfraquecendo nossa carne.
3) O PODER DO JEJUM
O jejum não muda a Deus, ele nos muda! Temos ordem de refrear a carne (o que é diferente de auto-flagelo): “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” (1 Coríntios 9.27). O jejum é uma ferramenta para tal: “Vigiem e orem, para que não caiam em tentação” (Mateus 26.41).
Razões para jejuarmos:
- O jejum é uma das formas de praticarmos o “sacrifício vivo” (Romanos 12.1).Tem como objetivo a mortificação da carne (Colossenses 3.5).
- É um exercício de domínio próprio; nega à carne o mais básico dos instintos: o apetite.
- É um ato de humilhação; o anjo falou do jejum de Daniel como um ato de “se humilhar na presença do seu Deus” (Daniel 10.12). Davi assumiu que “afligia a minha alma com jejum” (Salmos 35.13). Tiago diz: “Humilhem-se diante do Senhor, e ele os exaltará” (Tiago 4.8).
Não há regras que definam a periodicidade, duração ou tipo de jejum. Isso é escolha pessoal ou orientação do Espírito Santo. A disciplina do jejum, além de mortificar a carne e afligir a alma, permite que o espírito fique mais suscetível a Deus.
“Eliminar a concorrência” da carne, facilitando a vida espiritual, é nossa responsabilidade. As práticas contínuas da doação, oração e jejum nos auxiliarão nisso. Não a tem a ver com mérito, e sim com semeadura e ceifa: “Não se enganem: de Deus não se zomba. Pois aquilo que a pessoa semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção; mas quem semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna” (Gálatas 6.7,8). A lei da semeadura & ceifa determina que somos responsáveis pelo que (e quanto) plantamos; dessa forma também somos automaticamente responsáveis pelo que (e quanto) colhemos. Devemos rever nosso plantio até agora e empenhar-se por melhorá-lo daqui para frente.
