Aclamado com ramos e gritos de "Hosana!", Jesus entra em Jerusalém em um momento decisivo da história (João 12.12-19). A multidão esperava um rei político, um libertador de Roma, mas o que veio foi um Rei montado num jumento, humilde e justo, exatamente como profetizado por Zacarias séculos antes (Zacarias 9.9). "Hosana", que em hebraico significa “Salva-nos agora!”, era mais do que um grito de festa — era um clamor por salvação. No entanto, poucos dias depois, a mesma multidão que o aclamou diria: “Crucifica-o!”. A decepção veio porque esperavam um rei que atendesse suas vontades, não o que cumprisse os propósitos eternos de Deus.
Desde o Antigo Testamento, o povo de Israel ansiava por um rei que trouxesse justiça e direção. Em 1 Samuel 8, o povo rejeita a liderança de Deus e pede um rei humano. Deus então alerta: “não foi a você que rejeitaram, mas a mim como Rei”. Saul, Davi, Salomão e tantos outros falharam em diferentes áreas. Alguns até trouxeram períodos de paz, mas espiritualmente deixaram o povo arrasado. Assim como eles, nós também buscamos “reis”: sistemas, pessoas, vontades ou até nós mesmos. Mas todo rei humano deixa a desejar — exceto UM.
Jesus, o Rei verdadeiro, não veio com exércitos, mas com amor. Não carregava uma espada, mas uma cruz. Ele não destruiu Roma — destruiu o pecado. Ele não reinou num trono de ouro, mas numa cruz de vergonha, transformada em símbolo de vitória. A ilustração da “encomenda errada” expressa bem: muitos não reconheceram o presente de Deus porque ele veio em embalagem humilde. Mas Jesus fez infinitamente mais do que esperavam — trouxe perdão, cura, ressurreição e reconciliação com Deus. Hoje, nossa resposta deve ser a mesma daquele dia, mas com entendimento: “Hosana! O Rei veio até nós!”. Isso não é só um grito antigo — é um convite diário para colocar Jesus no lugar de honra que Ele merece. É difícil desejar outros reis quando estamos ocupados exaltando o verdadeiro Rei. Que esse seja o nosso desafio: parar de buscar soluções passageiras e entregar nossa vida ao único Rei que não decepciona. Se o Rei já veio, nosso desejo por outros reis precisa terminar.